quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Mesa de Debates - 02/02/11

Mês de fevereiro é sinônimo de volta às aulas, volta ao trabalho, fim de férias. Muitos psicólogos diagnosticam nas pessoas que atendem um sentimento de desanimo e frustração: a depressão pós-férias? Para a psicóloga e psicanalista Carolina Calixto, que participou do programa na quarta-feira (02/02/11), o termo é pesado. "Depressão já é uma doença. Diagnosticar esse desânimo depois das férias como 'depressão pós-férias',na minha opinião, causa muito impacto, é pesado demais." Ela explica que esse desânimo de voltar ao trabalho é causado pela quebra da rotina. "O ser humano não é um ser que vive parado. Mas, no período de férias, a rotina adquirida pelo trabalho some e o ser humano desacostuma. Por isso, é importante que a pessoa se desligue totalmente do trabalho, a fim de que ela possa desfrutar desse momento de descanso, seja viajando ou estando com a família."

Ela também citou o caso de funcionários que saem de férias e têm medo de perder o emprego ao voltar. "Quando uma pessoa decide tirar férias, ela tem que ter consciência de que está se submetendo a essa possibilidade. Mas, antes de pensar assim, ela deve pensar que cumpriu com seu trabalho e sair de férias com segurança." Na opinião da psicóloga, está havendo um excesso de nomenclaturas para designar "doenças que não são doenças". "Por exemplo, já se fala na 'depressão pós-vestibular' para os jovens que se encontram nesse estágio da vida. Essa excessiva nomenclatura para diversos 'tipos' de depressão só ajuda a pressionar mais, nesse caso, os jovens. Se não passou no vestibular, hora de planejar tudo de novo, estudar e a família apoiar o jovem. E, claro, ele tem que aumentar a sua dedicação para atingir o objetivo de entrar na faculdade."



Roberto Lacórdia, Jane Aragão, Marcelo Martins, 
Carolina Calixto e José Lúcio Fernandes. Foto: Leonardo Costa

E quando um atleta decide parar a carreira? O que isso implica na cabeça dele? Este assunto também foi debatido no programa com o professor Roberto Lacórdia.  Ele explica que o encerramento da carreira de um atleta se deve a dois motivos: "Pode ser causado por uma lesão grave ou por fatores externos, como acontece com o goleiro hoalndês Van Der Sar. Ele anunciou que vai encerrar a carreira no fim da temporada europeia deste ano, ou seja,em maio. Eu pesquisei algumas coisas sobre isso e descobri que a mulher dele está mal de saúde. E ele não tem motivos para parar a não ser este. Ele vai se dedicar, agora, a quem deu tanta atenção para a carreira dele. Acho esse gesto muito bonito."

Roberto enfatizou que o período de lesão para um atleta merece uma atenção especial de uma equipe multidisciplinar. "É necessário que, além da equipe médica que tem a função de recuperar o atleta, é recomendado que um psicólogo o oriente a não desanimar da carreira e manter a auto-estima do atleta." Roberto é Mestre em Treinamento Esportivo e Técnico de Volei nível 3 pela Federação Internacional de Voleibol.

Participaram como debatedores o advogado José Lúcio Fernandes e  a diretora-presidente do SIRCOM, Jane Aragão. A apresentação e produção é do jornalista  Marcelo Martins.


Envie sua sugestão de tema para mesadedebates@tvejf.com.br ou pelo nosso twitter @MesaTVE. Mesa de Debates, de segunda à sexta, 11h; reprise às 17h35.

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