terça-feira, 2 de agosto de 2011

1ª Exposição de Arte Sacra de Juiz de Fora

"Nossa história é de fé, nossa Igreja tem arte.” É com esse lema que amanhã começa uma exposição sobre arte sacra, promovida pela Arquidiocese de Juiz de Fora. O arcebispo metropolitano, Dom Gil Antônio Moreira, esclareceu que a iniciativa serve de base para criar um Museu de Arte Sacra na cidade. "A Comissão de Bens Culturais da arquidiocese é a responsável pela preservação do acervo. Foi dela que partiu a ideia de realizar a exposição. É um incentivo à pesquisa na área e, também para pensarmos em criar um museu na arquidiocese."

O Padre João Justino, reitor do seminário arquidiocesano, ressaltou que o acervo se difere das cidades históricas de Minas Gerais, como Ouro Preto e Mariana. "Além da quantidade de peças, as épocas são bem diferentes. Nosso acervo é de um período após o barroco. Além disso, como Juiz de Fora sofreu influência de várias culturas, notamos isso nas peças sacras de toda a extensão da arquidiocese". Prova disso é a imagem de São José das Três Ilhas. Nela, o santo usa botas e as vestes se parecem com a dos bandeirantes. A imagem está na capela do distrito de Belmiro Braga. 

Além do acervo exposto no salão térreo da Catedral Metropolitana, outros locais também fazem parte da exposição. "O Colégio Santa Catarina possui uma capela muito bonita e que também integra a programação e, no dia 14, haverá uma missa que contemplará a música sacra com músicos da Pró-Música", comentou Dom Gil.

Durante a reforma da catedral, Dom Gil contou que foi achado um piso antigo na sacristia. "Enquanto as equipes de restauração faziam o trabalho, nos avisaram e constatamos que era o piso antigo da sacristia. Vamos restaurá-lo e deixar da maneira como era antes". Outros detalhes da catedral, como a pintura interior da cúpula também será restaurada. "Quem tiver fotografias da época, estamos pedindo para que nos emprestem para que sejamos fiéis nessa restauração", afirmou o arcebispo.

Falta incentivo

O arcebispo também explicitou que falta mais incentivo à preservação do patrimônio no país. "Existem muitas leis de incentivo, mas é necessário que haja contatos políticos para obter incentivos e mais, falta gente com boa vontade para obter verba. Preservar patrimônio, ainda mais a arte sacra, custa caro. Mas em outros países, como na Europa e no Oriente Médio, esse assunto é tratado de outra maneira e o patrimônio é melhor preservado".




Jorge Aragão, Pe João Justino, Marcelo Martins, Dom Gil Antônio Moreira e Orlando Manera.


A exposição ficará aberta das 10 às 20h, de terça a domingo. Escolas poderão agendar visitas para os alunos. Outras informações no site da Arquidiocese de Juiz de Fora.








Ao lado, uma imagem de Santo Antônio, do início do século XIX, a primeira do padroeiro de Juiz de Fora a chegar à cidade (na época, Vila de Santo Antônio do Paraibuna) e que estará exposta.




Fiz uma reportagem sobre essa imagem. Assista aqui.

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